Do Instituto Humanitas da Unisinos:"A França está à direita, realmente, por ter eleito um campeão. Sarkozy venceu seus complexos para ganhar uma campanha livrando-se rapidamente de seus adversários no carro-bala, desde Le Pen até Bayrou e Villepin." A afirmação é de Denis Tillinac em artigo publicado no jornal Libération, 20-07-2007 e traduzido pelo Cepat. Analisando o governo Sarkosy, o autor do artigo afirma que "como na política, é preciso derrotar o adversário sem piedade. Porque só a vitória interessa".
Eis [partes d]o artigo:
"No tempo em que eu era estudante, a paixão pelo esporte era considerada pela esquerda ambiente como reacionária, muitas vezes fascista: o “culto dos heróis”, o estetismo, a superação de si, a “fraternidade viril”, etc. O fato é que em incurável reação, eu gosto das virtudes guerreiras exaltadas no jogo do rúgbi e do elitismo sutil das codificações de todos os esportes elaborados minuciosamente pelos vitorianos.
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A direita, esses que adulam o arcanjo louro [Jacques] Anquetil [famoso ciclista francês], porque ele sempre ganhava, com a coroa como prêmio, uma taça de champanhe na boca ao final de cada etapa do Tour de France. A esquerda, “socialos” ou “cocos”, esses que preferem o talento inegável, mas necessitado de [Raymond] Poulidor [ciclista francês, contemporâneo de Anquetil], o eterno segundo na chegada. Apelidaram-no de Poupou, o que diz tudo.
Campeã, a bela Ségo? Não, porque ela perdeu. Quem se interessa pelo que ficou em segundo lugar? Ninguém. É porque nela encontramos todos os defeitos do mundo: em esporte, morte ao vencido! Ela será campeã se retornar à arena em cinco anos e ganhar a corrida aos Elíseos. Mais ninguém conta em política, neste velho país de bretões, desde que Jospin cometeu o erro (para ele) de colocar as eleições legislativas antes das presidenciais.
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Mas, depois do match, do combate ou do curso, o campeão exige, para reluzir melhor, a homenagem da feminilidade. É sempre a miss local que entrega um buquê de flores ao vencedor do dia, e uma pletora de sub-misses completam a decoração. Como verdadeiro campeão, Sarkozy aparece nas telas rodeado de belas mulheres, todas muito lindas e jovens. Valérie, Rachida, Nathalie, Rama, Christine. Eis porque, entre outras razões “direitistas”, o começo do sarkozysmo me inspira a alegria. Neles encontro meus frissons, minhas fascinações, minhas apreensões do amor ao esporte".
Leia na íntegra em: http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=8687
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