Do Blog Do Emir: 20/08/2007
- Que bom vir tão longe para conhecer uma experiência tão importante, dizia um líder estudantil italiano ao então ministro de Relações Exteriores da China, Chu-En-Lai. E recebeu a resposta correspondente:
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Immanuel Wallerstein, em seu último livro publicado no Brasil – O universalismo europeu, da Boitempo – afirma: “A luta entre o universalismo europeu e o universalismo universal é a luta ideológica central do mundo contemporâneo.” Toda força hegemônica pretende falar em nome da universalidade. O ocidente o fez apropriando-se do conceito de “civilização”. O lema “civilização ou barbárie”, do argentino Domingos Faustino Sarmiento, segue sendo determinante no seu modelo hegemônico.[ . . . ]
Essa expansão seria “natural”, benéfica e historicamente inevitável.[ . . . ]
Quando os EUA conseguiram apenas 4 dos 15 votos do Conselho de Segurança da ONU ao propor a invasão do Iraque, alegaram que agiam “em legítima defesa” sob o pretexto de que o governo do Iraque possuiria armas de destruição massiva. Quando este argumento se revelou uma falácia, passaram a apelar para o argumento de que tirar um ditador do poder seria um “bem moral”. Se trataria de “defender inocentes”, argumento que levou a Norberto Bobbio, Jurgen Habermas e John Rawls defenderem a “guerra humanitária” na Bósnia.“Na prática a intervenção é um direito apropriado pelos fortes”, diz Wallerstein. Como resultado, ninguém se atreveu a falar em punição – mesmo que moral – para os invasores do Iraque. A ênfase nos direitos humanos como eixo das políticas internacionais acabou sendo o instrumento dessas intervenções, sua cobertura “humanitária”, fortalecendo o argumento do “dever dos civilizados de suprimir a barbárie”.
Postado por Emir Sader às 10:44
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