Em tempos um tanto conturbados pela crise financeira nos Estados Unidos, começou um espetáculo novo, o tal julgamento do Mensalão.
Aliás, não deixa de ser interessante, antes de entrar no mérito da questão, notar como o noticiário hoje obedece à velocidade e ritmo da cobertura em tempo real: o acidente com o avião da TAM levou os membros das CPIs do Apagão Aéreo à condição de xerifes da Nação, porém por poucos dias, até a entrada em cena do General Patton tupiniquim, o grande (enorme, na verdade, com seus quase 2 metros) Nelson Jobim, que tem mostrado bastante serviço à frente do ministério da Defesa.
Voltando então para o julgamento em curso, a primeira observação que se pode fazer é a de que a imprensa está tratando do assunto de forma equivocada. Não existe nenhum mensaleiro sendo julgado, nem mesmo o inefável José Dirceu, verdadeira unanimidade na antipatia dos maiores veículos de comunicação do país. Sim, é isto mesmo, não há julgamento algum em curso. O que o Supremo está julgando é a admissibilidade das denúncias do Procurador Geral da República. As denúncias que forem admitidas vão se transformar em processos e, como este ainda é um país democrático, os acusados terão garantido o direito de se defender. É lento, é chato? Tem gente que acha, mas esta coluna admite que prefere a lentidão e a chatura a julgamentos e execuções sumárias.
E se Renan manobrar mais um pouco, pode até conseguir adiar a votação da sua cassação no Plenário. Com sorte, Renan ganha mais um mês e o seu calvário terá como competidor o ensaio de Mônica Veloso na Playboy, isto se nenhuma outra namorada de políticos brasilienses aparecer por aí para tirar de Mônica seus 15 segundos de fama...
Luiz Antônio Magalhães é editor de política do DCI e editor-assistente do Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br).
Blog do autor: http://www.blogentrelinhas.blogspot.com/
Leia na íntegra em http://www.correiocidadania.com.br/content/view/776/49/
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