Se é verdade que o IIIº Congresso do PT frustrou muitas expectativas alimentadas quanto à mudança de orientação partidária, também não se pode afirmar que o encontro tenha sido um completo desastre.
O PT apenas perdeu uma chance importantíssima [mais uma] do próprio calendário partidário-institucional. O que pode significar muito na presente circunstância de sua história. É bem provável que em função dos sentimentos de desencanto e desilusão que assomam boa parte da militância petista e da base social do Partido, o resultado do Congresso, em prazo não maior que médio, cobrará um preço alto. Talvez o preço da própria subsistência do PT enquanto alternativa transformadora de esquerda capaz de empolgar vanguardas e multidões.
Se há uma verdade incontornável emanada do IIIº Congresso é quanto à correlação de forças, que conserva a maioria dirigente e o controle da máquina partidária em mãos do Campo Majoritário, que com suas políticas e práticas vem conduzindo o PT a um processo acelerado de degeneração. Esse dado não pode ser subestimado. E poderá dizer muito sobre o futuro reservado ao PT.
Neste sentido, é incompreensível a predileção da esquerda petista em atacar-se mutuamente ao invés de unir-se para enfrentar de maneira coesa o Campo Majoritário nas disputas subsequentes, a começar pelo Processo de Eleições Diretas [PED]. É difícil, neste contexto, compreender-se os textos de autorias de dirigentes da Democracia Socialista e da Articulação de Esquerda se engalfinhando gratuitamente e a partir de aspectos rigorosamente acessórios a respeito do Congresso do PT.
Fariam melhor se se empenhassem nas tarefas fundamentais que têm pela frente enquanto duas das principais forças de esquerda do PT. A começar pelo PED, marcado para dezembro próximo. Não há chance de retomada do PT pela esquerda sem uma unidade programática e de ação nucleada a partir dessas duas forças internas da esquerda do PT.
ESCRITO POR JEFERSON MIOLA ÀS 2:53:00 PM
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