Deu na Agência Carta Maior:uada, que contaminará a opinião e reverterá o quadro de opinião pública”.
DEBATE ABERTO
O prefeito César Maia não tem qualquer pudor ao explicitar qual a tática a ser adotada: “cabe à oposição - em todos os pontos cardeais - jogar novas pedras e garantir a intensidade do movimento dos círculos concêntricos. Será um semestre de ação contin
Gilson Caroni Filho
Moralismo udenista conjugado com defesa intransigente de minimização do Estado continua a ser a fórmula empregada da grande imprensa para deflagrar sua guerra diária contra o governo Lula. Não há dúvidas de que continuaremos a assistir, nos próximos meses, a contínuas tentativas de erodir a legitimidade da ampliação do regime democrático.
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Se as oficinas de consenso tiveram papel de destaque na reeleição de FHC, o "príncipe" tardiamente convertido ao catolicismo da Contra-Reforma, também não houve motivos para negar apoio ao projeto político do chuchu do Opus Dei. Que o distinto leitor não duvide. Entre a prelazia pessoal do papa e os ditames do mercado pode haver mudanças quanto ao deus cultuado, mas as liturgias se assemelham. Ao optar por Alckmin, o núcleo duro do neoliberalismo brasileiro desfez castelos de areia. Ruíram as teses da polarização falsa e o mito do fim das clivagens políticas entre campos ideologicamente opostos. O que tivemos e (teremos) como expressão maior de oposição ao atual governo é a direita sem retoques. Aquela que não hesita em usar jargões do mais extremado conservadorismo ao defender família, religião e tradição.[ . . . ]
O morador de São Paulo conhece bem os "banhos de ética" promovidos por Alckmin. O Banespa deixou de existir como banco de fomento. Além disso, o Estado perdeu a Eletropaulo, a Ceagesp, a Companhia Paulista de Força e Luz, a Comgás e a Fepasa, todos privatizados a pretexto de continuar o ajuste fiscal iniciado por Covas. A venda de ações da Sabesp e do banco Nossa Caixa a preços aviltantes foram exemplos da ação “saneadora” do anestesista de recursos públicos. Os resultado foi assustador. Segundo Márcio Pochmann , “em janeiro de 1995, no início do primeiro governo tucano, a dívida pública era de R$ 34 bilhões; hoje, ela é de R$ 123 bilhões".[ . . . ]
Pois bem, em meados de 2007, é isso que continua em jogo. Uma agenda que pretende, entre outras coisas, retomar a privatização de patrimônio público transferindo recursos para o setor financeiro. Estancar uma política econômico-social que faz o consumo crescer a uma média de 13% ao ano. Uma economia que vai se ajustando a taxas de crescimento cada vez maior, com aumento de demanda agregada e expurgo da mentalidade inflacionária.[ . . . ]
Para julgar o estado de alma dos atores políticos em evidência, a literatura política deve ceder lugar à fina ironia de Oscar Wilde, em O Retrato de Dorian Gray. A certa altura, o personagem Lorde Henry enuncia: “Contudo não pretendo discutir política, sociologia ou metafísica com você. Prefiro as pessoas aos seus princípios, e, prefiro, acima de qualquer coisa neste mundo, as pessoas sem princípios". Daria um excelente editor de política.Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.
Leia na íntegra em http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=3720
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