Deu no Correio da Cidadania:Em recente entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o economista Marcio Pochmann, que hoje ocupa a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), confirmou os boatos de que se intensificou a luta de idéias no interior do atual governo sobre os rumos da economia. As mudanças promovidas nesta área no segundo mandato do presidente Lula, com a indicação de renomados intelectuais de visões desenvolvimentistas – como o próprio Pochmann, João Sicsú, Paulo Nogueira Batista Jr. e outros – abalou o "pensamento único" ortodoxo que deu as cartas na primeira gestão. As divergências hoje são explícitas e revelam uma titânica queda de braço.
Escrito por Altamiro Borges
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"Pisar no freio ou no acelerador?"
Em sua opinião, o Brasil está diante de um dilema estratégico devido aos problemas da economia mundial. "Pisa no freio, eleva a taxa de juros e corta gastos? Ou pisa no acelerador?". Ele avalia que hoje há maior consenso sobre a urgência de se apostar no crescimento. Para isto, é necessário "recompor a capacidade de regulação do Estado", ter "um projeto de desenvolvimento nacional", cortar as taxas de juros e garantir os investimentos na infra-estrutura. "O desafio para sustentar o crescimento é fazer o deslocamento, com cuidado, do que está hoje na ciranda financeira para o investimento produtivo". Mas, mesmo animado, ele não subestima as resistências, inclusive as internas. E dá nome aos bois: "Queremos pisar no acelerador, o problema é o Banco Central".[ . . . ]
Sabotagem explícita do BC
Diante do cenário de crise nos EUA, que deve abalar a economia mundial, o presidente Lula terá que tomar, mais cedo do que tarde, um lado na briga de titãs entre os "desenvolvimentistas" e os neoliberais. Não poderá ficar muito mais tempo na postura de chefão do "condomínio de classe" do Palácio do Planalto. Até porque o BC, liderado pelo banqueiro Henrique Meirelles, insiste em desafiar os planos de desenvolvimento do governo, inclusive o PAC. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), de fevereiro, já "sinalizou" que elevará a taxa básica de juros, a Selic. Com a desculpa da recessão nos EUA, o BC opta por conter o crescimento.[ . . . ]
Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor do livro "As encruzilhadas do sindicalismo" (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).
Leia na íntegra em http://www.correiocidadania.com.br/content/view/1426/58/
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