Deu na Agência Carta Maior:
O governo Yeda Crusius foi eleito com um discurso baseado em três conceitos: novo jeito de
governar, fazer mais com menos e transparência na gestão. Ao final do primeiro ano, esses três
conceitos foram bombardeados pelos próprios atos do Executivo.
Marco Aurélio Weissheimer
Quando Yeda Crusius (PSDB) assumiu o cargo de governadora do Estado no dia 1° de janeiro de 2007,
em uma cerimônia realizada no Palácio Piratini, ocorreu uma pequena gafe com a bandeira do
Rio Grande do Sul, sem maiores repercussões. Yeda foi comemorar a posse, na sacada do palácio,
com uma bandeira do RS nas mãos. Com as duas mãos, mostrou-a a seus apoiadores que estavam
na rua. A bandeira estava virada de cabeça para baixo. Se olharmos para esta cena hoje, ela
aparece como um símbolo profético do que estava por vir nos próximos meses.
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Logo após a campanha eleitoral, Feijó denunciou que havia sido censurado durante a campanha
e impedido de expressar suas opiniões favoráveis às privatizações. Na campanha, reproduzindo o
discurso utilizado pelo candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin, Yeda Crusius
prometeu que não iria privatizar patrimônio público no RS. Além disso, prometeu que não iria
propor aumento de impostos, dizendo que essa era uma prática do “velho jeito de governar”.
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As marcas do novo jeito de governar
O atual governo foi eleito com um discurso baseado em três conceitos: novo jeito de governar,
fazer mais com menos e transparência na gestão pública. Ao final do primeiro ano, esses três
conceitos foram bombardeados pela realidade dos próprios atos do Executivo. O “novo jeito de
governar” acabou traduzido por uma sucessão de conflitos em áreas estratégicas do serviço
público: Segurança, Educação e Meio Ambiente.
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A fragilidade maior do principal conceito do governo Yeda acabou revelando-se mesmo na relação
que estabeleceu com sua própria base aliada na Assembléia Legislativa. A derrota estrondosa que
o governo sofreu na segunda tentativa de aprovar uma proposta de aumento de impostos, em
novembro de 2007, escancarou a incapacidade do Executivo de fazer valer a maioria que tem no
Parlamento.
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“Fazer mais com menos”
O conceito de “fazer mais com menos” também sai enfraquecido ao final do primeiro ano de
governo. A queda na qualidade dos serviços públicos, motivada pelo corte linear de 30% no
orçamento de todas as secretarias, transformou o Palácio Piratini em um palco de protestos de
servidores públicos.
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“Transparência na gestão”
Por fim, o conceito de “transparência na gestão” chega ao final do ano torpedeado pelo escândalo do
Detran. A Operação Rodin, desencadeada pela Polícia Federal, revelou um esquema de corrupção,
que teria iniciado ainda durante o governo Rigotto, que causou um prejuízo de pelo menos R$ 40 milhões
aos cofres públicos. Entre os presos na operação, nomes importantes do governo, como Flávio Vaz Neto
(presidente do Detran) e Antônio Dorneu Maciel (diretor financeiro da CEEE), e um dos ex-coordenadores
financeiros da campanha de Yeda, o empresário Lair Ferst.
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* Publicado originalmente no jornal Extra-Classe, do Sindicato dos Professores do RS (Sinpro)
Marco Aurélio Weissheimer é jornalista da Agência Carta Maior (correio eletrônico: gamarra@hotmail.com)
Leia na íntegra em http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3803
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