Deu no Correio do Brasil:O debate sobre as diretrizes da política externa brasileira ganhou um importante eixo de reflexão. Em fins de agosto, o ministro Celso Amorim proferiu discurso no Tribunal de Contas da União (TCU). O tema central de sua explanação foi a diretriz da política do comércio exterior brasileiro, levada a cabo pelo seu ministério.
Por Sidney Ferreira Leite - de São Paulo
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Além disso, as exportações brasileiras não cessam de ocupar proporções mais significativas no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Em 2002, por exemplo, respondiam por 8,5% do PIB, atualmente esse índice alcançou a marca de 13%. O superávit de nossa balança comercial atingiu o significativo índice de 46 bilhões de dólares. O dado mais relevante, no entanto, vem da área de investimentos. Tradicionalmente na posição de país em fase de desenvolvimento, o Brasil se colocou ao longo das últimas décadas na posição de receptor de investimentos externos. Todavia, em 2006, invertemos os sinais desse paradigma. Os investimentos do Brasil no exterior superaram os investimentos recebidos. Esse dado é muito relevante e está carente de análises mais aprofundadas. Enquanto tais análises não são elaboradas, um aspecto parece indiscutível: o setor externo ocupa, dia-a-dia, posição mais auspiciosa no conjunto da riqueza nacional.[ . . . ]
De fato, os resultados acima são expressão de uma conjunção de iniciativas políticas que delinearam ações com ênfase em países e regiões do Hemisfério Sul. Houve um aumento significativo da participação das empresas brasileiras no âmbito regional, isto é, nos países do Mercosul. Entre 2003 e 2005, por exemplo, as empresas brasileiras investiram aproximadamente 16 bilhões de dólares na América do Sul, sendo que o governo brasileiro financiou mais de 40 projetos de infra-estrutura em países vizinhos.[ . . . ]
No entanto, pode-se colocar outra questão à mesa das reflexões que norteiam a agenda da política comercial brasileira contemporânea: como podemos traduzir nossos êxitos na balança comercial em desenvolvimento para o país e para a sociedade? Para essa pergunta, ao mesmo tempo, inquietante e fundamental, parece que tanto o governo, como seus opositores não têm uma resposta clara, objetiva e satisfatória.Sidney Ferreira Leite é consultor do núcleo de negócios internacionais da Trevisan Consultoria e coordenador do curso de Relações Internacionais da Trevisan Escola de Negócios. Leia na íntegra em http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=131819
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