Deu na ALAInet:
Altamiro Borges
Agora não são somente os críticos do desastroso governo Bush que alertam. Até os economistas ortodoxos, ligados aos círculos financeiros, prevêem que os EUA entrarão em recessão em 2008. Numa enquete recente, a agência de noticias Bloomberg constatou que a maioria dos analistas de mercado avalia que o PIB do país sofrera retratação já neste primeiro trimestre. Goldman Sachs, Merrill Lynch e Morgan Stanley, poderosas máfias financeiras, também temem o pior, apesar das nuances nas analises entre os mais e os menos pessimistas – sem que haja nenhum otimista.
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O declínio do império
Segundo recente pesquisa da CNN, 57% dos estadunidenses avaliam que o país já se encontra em
recessão. Para David Brooks, do La Jornada, este pessimismo é compreensível. “Milhares
perderam suas casas com a crise da divida hipotecária, um em cada 10 padece de fome, o salário
real da grande maioria dos trabalhadores não melhora a mais de 30 anos... O ‘sonho americano’ se
define muito simplesmente: a nova geração gozará de melhor nível de vida do que a anterior. Mas
este mito fundamental no país está se desvanecendo rapidamente. Pesquisa recente detectou que
somente 16% acreditam que seus filhos terão melhores condições financeiras do que a sua”.
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Otimismo excessivo do BC
Diante deste cenário sombrio, que aterroriza os donos do capital, quais os reflexos no restante do
mundo? É certo que, mesmo combalida, a economia ianque ainda ocupa posição de destaque no
planeta. Caso entre realmente em recessão, toda a economia mundial será atingida – inclusive a
brasileira. Um dos efeitos será o da redução das importações, principalmente das dependentes e
limitadas commodities. Também poderá ocorrer fuga de capitais, inclusive nos investimentos
diretos, e quebradeira das poderosas multinacionais ianques, com os seus efeitos devastadores.
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É certo que o Brasil hoje está menos vulnerável aos humores externos. Até setores críticos da
política macroeconômica do governo reconhecem este avanço. O economista Paulo Nogueira
Batista Jr., por exemplo, não acredita que a retração nos EUA paralisará o crescimento brasileiro.
“A recessão americana teria que ser muito forte para produzir esse efeito... A menos que se
instaure um cenário externo caótico, a economia brasileira continuará crescendo. Mesmo que os
EUA entrem em recessão”. De qualquer forma, é bom se prevenir!Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB,
editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo”
(Editora Anita Garibaldi).
Leia na íntegra em http://www.alainet.org/active/21591〈=pt
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