O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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terça-feira, 30 de outubro de 2007

O PMDB e o fisiologismo político

Deu no Correio da Cidadania:
Escrito por Dejalma Cremonese
30-Out-2007


A máxima política que diz “se hay gobierno soy contra” pode ser facilmente invertida na ótica peemedebista para “se hay gobierno soy a favor”, tal a vocação governista (fisiológica) e adesista do partido.

Provindo do antigo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido de oposição durante a ditadura militar (1964-1985), o PMDB é, nos nossos dias, o maior partido brasileiro. Possui 93 deputados federais – a maior bancada no Congresso Nacional, administra o maior número de estados, no total de 7 governadores (SC, PR, MS, RJ, ES, TO, AM) e 5 vice-governadores. É a primeira força no Senado Federal com 20 senadores. Possui 170 deputados estaduais, administra 4 prefeituras de capitais, além de 1.071 prefeituras por todo o Brasil (em torno de 20%), mais de 900 vice-prefeituras, 8.308 vereadores eleitos e conta com um milhão e oitocentos mil filiados, aproximadamente.
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O fisiologismo não é uma particularidade apenas do PMDB; no entanto, é o partido em que mais transparece essa característica por buscar, de qualquer forma, a manutenção do poder, independente de quem esteja no poder. Assim, segundo o Dicionário Houaiss, entende-se o termo “fisiologismo” como a conduta ou prática de certos representantes e servidores públicos que visa à satisfação de interesses ou vantagens pessoais ou partidários, em detrimento do bem comum. Ou seja, o fisiologismo está muito próximo do clientelismo político que é um tipo de relação de poder em que as ações políticas e decisões são tomadas em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a interesses individuais.
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Seguindo nesta mesma lógica, é bem provável que, em 2010, o PMDB nem venha a lançar candidato à presidência da República, ficará na cômoda posição de apoiar o novo presidente eleito. Claro, para isso, pleiteará os cargos que achar necessários para continuar onde sempre esteve, no poder.
Dejalma Cremonese é cientista político.
Web Site: http://www.capitalsocialsul.com.br
e-mail: dcremo@hotmail.com.br
Leia na íntegra em http://www.correiocidadania.com.br/content/view/1041/47/

Um comentário:

Barbara Lucas disse...

"nada de novo debaixo do sol"
é incrível como assistimos sempre os mesmos enredos políticos, e nada muda. Desde o início da República é assim. O parlamento brasileiro dormiu monarquista e no dia 16 de novembro amanheceu republicano de carteirinha. Fisiologismo está no DNA da oligarquia brasileira.