O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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quarta-feira, 26 de março de 2008

Invasão do Iraque mudou balanço de forças no Oriente Médio

Deu na BBC-Brasil:
Rodrigo Durão Coelho
do Cairo
Cinco anos após seu início, a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos trouxe profundas conseqüências para os países vizinhos e alterou o balanço de forças da região, segundo analistas ouvidos pela BBC.
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O analista diz acreditar que uma das principais mudanças ocorridas na região desde 2003 foi um reposicionamento das forças sunitas e xiitas.
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Os conflitos não se espalharam pela região, mas acabaram promovendo uma aproximação entre grupos sunitas e xiitas de diferentes países.

O Irã ser aproximou do movimento Hezbollah no Líbano e do governo sírio, representando os xiitas. Do lado dos sunitas, houve um fortalecimento de laços entre os governos de Arábia Saudita, Egito e parte da população no Líbano.

Irã e o Hezbollah

"O Irã sempre teve grandes ambições regionais. Sob o regime do xá (governo pró-americano deposto pela Revolução Islâmica de 1979) promovia políticas ocidentalizadas, mas, após 1979, mudou radicalmente", afirma o analista político jordaniano Mustafá Hamarne.
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Sob Saddam Hussein, a minoria sunita (20% da população iraquiana) dominava a maioria xiita. Com a queda do regime, os xiitas assumiram grande parte do poder, o que acabou motivando conflitos com os sunitas. Nesse contexto, uma aliança da classe política xiita iraquiana com os vizinhos iranianos foi considerada um passo natural.
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"O Hezbollah , apoiado pelo Irã, se tornou a força política mais poderosa do Líbano, formando um Estado dentro do Estado", afirma ele.
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"O Hezbollah quer reproduzir no Líbano o que aconteceu no Iraque, onde os xiitas se tornaram os principais atores políticos do país", diz Khashan.
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A estrada para Damasco

Quando ocorreu a invasão de 2003, muitos analistas cogitaram a hipótese de que, após a rápida queda do regime de Saddam Hussein, o Exército americano iria derrubar também o governo sírio, apontado no ano anterior pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, como um dos países integrantes do que chamou de ‘Eixo do Mal’.
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"Mas depois se viram imersos em uma situação difícil no Iraque, suas ambições ficaram limitadas e agora pedem ajuda, querem nossa colaboração", diz ele.
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"Temos um milhão e meio, dois milhões (de refugiados). Eles compartilham de nossos bens como comida e combustíveis. São um peso para a economia síria, mas os acolhemos e não recebemos ajuda alguma", afirma Jabbour.

Turquia

Enquanto a violência entre sunitas e xiitas levou à morte de dezenas de milhares de pessoas em grande parte do Iraque, o norte do país, o semi-autônomo Curdistão iraquiano viveu em relativa tranqüilidade.
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Considerada uma das maiores etnias sem Estado do mundo, os curdos habitam uma grande região do Oriente Médio, incluindo partes de Turquia, Iraque, Irã, Síria e Armênia. Os governos da região se opõem ao projeto de um Estado curdo.
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Para o professor de Relações Internacionais da Universidade de Bilkent, na Turquia, Ersel Aydinli, "a crescente autonomia dos curdos (no Iraque) complicou as coisas para a Turquia porque os seguidores do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), dentro e fora de nosso país, conseguiram uma justificativa para o separatismo."

Israel e territórios palestinos

As tentativas de se por um fim ao conflito entre palestinos e israelenses não avançaram nestes últimos cinco anos. Para o conselheiro do ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Abdel Husni, isso ocorreu porque os Estados Unidos, tradicionais mediares do confronto, estiveram muito ocupados com o Iraque.
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Já Israel, que por um lado viu com bons olhos a queda do tradicional inimigo Saddam, afirma que, devido à conjuntura regional, o país não está mais seguro.
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"Este apoio é muito mais significativo porque não se trata apenas de dinheiro e armas, mas é também ideológico."

"Isso leva os terroristas do Hamas e do Hezbollah à uma guerra final, sem objetivo racional, que inclui o atentado suicida, algo que não acontecia no regime de Saddam."
Leia na íntegra em http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080317_iraq_analise_rc.shtml

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