Um governo sob demanda.
O impacto das tecnologias da informação e comunicação na política
O impacto das tecnologias da informação e comunicação na política
Derrick de Kerckhove, pesquisador da Universidade de Toronto, considerado um dos mais criativos pesquisadores em comunicação digital, está no Brasil para o lançamento do livro Do público para as Redes, organizado pelo professor Massimo di Felice, da Universidade de São Paulo. O canadense concedeu a entrevista abaixo trazendo nas mãos um MacBook Air e um iPhone, devidamente protegido por um capa de silicone azul para evitar riscos no frágil corpo de alumínio. “Sou um grande fã da Apple, embora não de Steve Jobs. É semelhante à relação que nutro pelos Estados Unidos: eu gosto da América, mas não do presidente George Bush”, divertiu-se.A internet ainda é anglófona?
O autor de A Pele da Cultura, Connected Intelligence e Global Village (os dois últimos ainda sem tradução em português) se mostrou um otimista quanto aos desdobramentos das relações internacionais e falou sobre a integração entre o ser humano e as máquinas e sobre a evolução da comunicação e das formas de governo.
A reportagem e a entrevista é de Juliana Rocha e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-08-2008.
Eis [trechos d]a entrevista.
O inglês não é mais a língua dominante, mas ainda desempenha e continuará desempenhando um papel forte nas comunicações internacionais.
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Qual seria, então, a influência maior da rede sobre os idiomas?
Tem um papel protetor, mesmo das línguas mortas. Não acredito que irá lapidar a forma como nos comunicamos na direção de um espanglês (fusão de espanhol com inglês) ou outra variação destas. Por que sempre que algo novo aparece insistimos em pensar que irá destruir o que já estava aí? A mídia entra em pânico: “Ó céus, a língua irá morrer, os jornais irão morrer”. Qual é?!
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Como devemos pensar a interrelação homem e máquina?A questão contemporânea é se existem evidências de uma integração maior e mais profunda, com cada célula se comunicando com cada outra célula viva ou elétrica no sistema. O que podemos dizer é que estamos vivendo a transição da era das mentes e grupos políticos isolados para a era das mentes interconectadas e grupos globais, onde cada rede pode agir e competir por espaço.
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O que é e como funcionaria um governo sob demanda?Eu não me considero um pensador de esquerda e nem estou dizendo que a internet substituirá o governo. O que proponho, na realidade, é apenas uma maneira de sobreviver mais adequada ao nosso tempo. A municipalidade continuaria nos moldes como já é. Acredito que os impostos permaneceriam para que fosse mantida a infra-estrutura de tráfego e serviços públicos. Mas a esfera federal só seria composta em momentos de crise e teria de ser transparente. Talvez sob a forma de consultores, que poderiam ou não receber salários, e surgiriam quando houvesse conflito entre os municípios. Seria quase como ter o telefone vermelho de volta.
Há algum exemplo já existente que se assemelhe a esse governo sob demanda?
O que vemos na União Européia hoje, que é um sistema maduro, é uma fórmula bastante interessante.
Leiam na íntegra em http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=16273
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