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Altamiro Borges *
Para todos os que encaram as eleições de 2008 como decisivas no longo processo de acumulação de forças do campo popular e democrático, o texto do jornalista Rodrigo Savazoni, publicado no portal Terra Magazine, serve de alerta e, ao mesmo tempo, dá uma importante dica. Ele revela o papel determinante e até surpreendente que a internet tem jogado na campanha do candidato do Partido Democrata nos EUA. Para ele, já não há dúvida de que a campanha de Barack Obama "é o exemplo mais bem-sucedido do uso da internet para fins político-eleitorais".
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Para reforçar sua tese, ele cita o artigo "Conexão Obama", publicado em maio no The New York Times. "Obama é sedutor, grande orador, um sujeito com uma trajetória irrepreensível. Não fosse a internet, porém, ele nada seria", garante o autor Roger Cohen. Segundo a pesquisa, o candidato democrata já havia conquistado 1.276.000 doadores, 750 mil voluntários ativos e 8 mil grupos de afinidade. "Em fevereiro, quando sua campanha arrecadou 55 milhões de dólares (45 milhões via internet), 94% das doações apresentaram valores menores que 200 dólares". São números que impressionam e mostram a força da internet, inclusive na criativa captação de recursos.[ . . . ]
Resolução draconiana do TSEO excelente texto de Rodrigo Savazoni tem enorme utilidade, principalmente para os candidatos do campo popular, que não contam com os fartos recursos dos representantes dos ricaços. É certo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na resolução de número 22.718, assinada pelo ministro Ari Pargendler, tentou sabotar o uso deste meio mais democrático de comunicação. Entre outros retrocessos, ela fixou as mesmas restrições já existentes à propaganda eleitoral na TV e rádio, que são concessões do Estado. Ela também impôs que os candidatos só poderão ter um único site na rede, não podendo usar várias ferramentas de contato e interação com os eleitores.
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Apesar das restrições draconianas, a internet deverá ter papel ainda mais sobressalente na batalha eleitoral deste ano. Na sucessão presidencial de 2006, ela já foi essencial para se contrapor às manipulações da mídia hegemônica. O próprio meio de comunicação no ciberespaço dificulta as medidas restritivas e possibilita que as idéias e propostas circulem mais livremente, interagindo com a sociedade. Atrativos e com qualidade, as mensagens podem atingir um grande universo de pessoas. Um vídeo de Obama, por exemplo, teve mais de 20 milhões de visualizações em poucos dias. Sem dúvida, a internet é um novo e poderoso instrumento de luta de idéias na sociedade.* Jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB - Partido Comunista do Brasil Leiam na íntegra em http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=34587
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