O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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sábado, 4 de agosto de 2007

Reforma política ou cosmética?

Da ALAI, America Latina em Movimento:

por Frei Betto
A quem interessa a reforma política ora debatida no Congresso Nacional? Em primeiro lugar, aos atuais políticos, ciosos em cultivar suas ambições eleitorais. Primeiro eu, depois o nós e, quem sabe, o vós... Salvo honrosas exceções, eleger-se a uma função pública virou, neste país, meio de vida. Adquire-se status, posa-se de autoridade, reveste-se de imunidade, amplia-se o patrimônio pessoal, cerca-se de bajuladores...

Há quem procure escapar das malhas da Justiça elegendo-se deputado ou senador, que injustamente tem direito a foro privilegiado quando sob acusação. E não se conhece um único caso de condenação pelo Supremo Tribunal Federal.
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De fato, quase sempre os partidos servem de biombos para encobrir as verdadeiras legendas políticas fortemente representadas ali: empreiteiras e donos do capital, especuladores e investidores estrangeiros, latifúndios e usinas, fábricas de armas, tabaco e bebidas alcoólicas etc.
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Quanto ao voto facultativo, sou a favor desde que pagar impostos também o seja. Se me dão o direito de me omitir na esfera política, por que me obrigam a sustentar a poderosa máquina do Estado? Como não existe poder sem depender dos tributos da população, quero sim que a política dependa cada vez mais da participação dos cidadãos, ainda que o façam como dever, e não como prazer.

Frei Betto é escritor, autor de “A mosca azul – reflexão sobre o poder” (Rocco), entre outros livros.

Leia na íntegra em: http://www.alainet.org/active/18908〈=pt

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