O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Posto Santa Marta, um purgatório

Paz e bem!

Porto Alegre

Estou com um gripão,
ontem à noite fui a 39ºC de febre,
isto 1 hora após tomar trimedal!

Contatei meu médico
e ele me orientou
e pela manhã fui consultá-lo.

Ele me receitou tamiflu (oseltamivir).

Aí começou a peregrinação
em busca do remédio.
Nas farmácias próximas, necas.

Na Panvel disseram a gracinha:
"temos, mas temos de buscar".
Traduzindo não tinham.

Finalmente descobri que
não está à venda
nas farmácias comerciais.

Fui ao posto de saúde mais próximo
e me disseram que não tinham.
Indicaram dois outros postos.

Fui ao posto mais próximo
Centro de Saúde Modelo --
Rua Jerônimo de Ornellas, 55 --
e lá:
  1. Comunicaram que seria necessário o preenchimento de formulário específico (já me forneceram o mesmo).
  2. Informaram que lá no Modelo estava em falta, mas entraram em contato como Posto Santa Marta e confirmaram que havia estoque o remédio.
Santa Marta: "perfeitas" condições para que está com febre
Chegando ao Posto Santa Marta --
Rua Capitão Montanha, 27 --:
  1. Enfrentei uma razoável fila sob um sol escaldante.
  2. Quando finalmente cheguei à porta, a porteira me informou que só forneciam remédios para formulários do SUS.
Como não consegui contatar com meu médico
voltei pra casa.
Lá minha esposa lembrou da
Farmácia Popular --
Rua Ramiro Barcelos, 2500
(no quarteirão do Hospital de Clínicas
entre o Restaurante Universitário
e o Instituto de Psicologia) --.
Lá finalmente consegui meu remédio
e de graça!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O modelo chinês: melhor que o do Ocidente?




(via @viomundo)

Pesquisa da PUC: "Veja se transformou no maior fenômeno de anti-jornalismo

Pesquisa da PUC-SP:
"Veja se transformou no maior fenômeno de anti-jornalismo"
Entrevista sobre a
Dissertação de mestrado
em Ciência Política
para a PUC de São Paulo
do jornalista Fábio Jammal Makhoul

Adeli Sell = Indio da Costa ?

"Não acho, tenho certeza, convicção:
dar alimentos para moradores de rua na rua
é alimentar a miséria,
engordar a tragédia de seres humanos.
Nem tudo que parece correto é correto.
Pode ser errado.
No caso, um grave erro."

Adeli Sell,
Vereador de Porto Alegre,
Partido dos Trabalhadores (PT)

Fonte:
Jornal do Comércio
Porto Alegre,
31 ago. 2010, p. 2.


Depois disto só falta o Adeli Shell
solicitar ao Indio da Costa (DEM),
candidato à vice de José Serra (tucano),
o projeto que este apresentou
à Cãmara de Vereadores
proibindo de dar esmolas.
Além de confundir o Rio Guaíba
com o Rio Guandu (RJ)
dos tempos do Carlos Lacerda
e da Sandra Cavalcanti.

Este é o presidente municipal do PT!

E ouvi dizer
que o Adeli Shell
está costurando
para ser Presidente
da Câmara Municipal em 2011.

sábado, 21 de agosto de 2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Paulo Ferreira do PT quer ensurdecer eleitores

Paz e bem!

Ontem, 17 ago.,
pouco depois das 15h,
eu estava no ônibus
e passei pelo carro de som
do Paulo Ferreira do PT.

Só posso concluir
que ele quer
ensurdecer os eleitores
pois o volume de som
era absurdo.

Será que as empresas
de aparelhos auditivos
estão financiando a campanha dele?

Este é um ato que um "mosquito" faria.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Brasão fictício de Lasier Martins

Clique nas figuras para ampliar


Trabalho próprio pelo carregador

Inkscape logo 2.svg

Este desenho vetorial foi criado com o Inkscape.

SVG in SVG.svg Este desenho vetorial inclui elementos que foram usados ou adaptados: Imagem SVG primária Blason Grosbliederstroff 57.svg.
SVG in SVG.svg Este desenho vetorial inclui elementos que foram usados ou adaptados: Imagem SVG primária Blason de la ville de Chambray-lès-Tours (37).svg.
Autor

Eugenio Hansen, OFS

Public domain Eu, como autor desta obra, venho por este meio colocá-la no domínio público. Isto vale mundialmente.

Se tal não for legamente possível:
Concedo a qualquer um o direito de usar esta obra para qualquer finalidade, sem restrições, exceto aquelas requeridas pela lei.


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Publicados originalmente em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lasier_martins_2.svg e http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lasier_Martins_brasao_ficticio_.svg na data de 07 ago. 2010.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Meu voto 2010

Meu voto em 2010:
13699 Maria Celeste, Dep. Estadual
6565 Manuela, Dep. Federal
131 Paim, Senador
651 Abigail, Senadora
13 Tarso, Governador
13 Dilma, Presidente
Se alguém não percebeu,
voto no Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Israel: um estado pirata !

Paz e bem!

Se alguém ainda tinha dúvidas,
segundafeira ficou evidente o caráter
do Estado de Israel:
uma organização criminosa,
que rouba, sequestra e pratica pirataria
tudo isto
sob o beneplácito dos EE.UU.A.

A bandeira abaixo expressa isto por meio visual:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Por que votarei em Dilma e por que não votaria em Serra JAMAIS

by Pablo 16. maio 2010 18:57
Já escrevi vários posts sobre o papel vergonhoso da grande mídia nestas eleições: a manipulação descarada (a última gota foi a Foxlha decidir intitular todas as matérias da eleição com "Presidente 40"), a falta de ética e o jogo sujo que viabiliza ao não condenar as ações desprezíveis de tucanos que insistem em pintar Dilma como "terrorista" e que até mesmo usam o câncer (derrotado) da candidata para desmerecê-la.
No entanto, percebi que nunca enumerei os motivos que me levam a votar em Dilma e a rejeitar com todas as forças a candidatura Serra - e que vão muito além da notória arrogância e antipatia do sujeito.
Comecemos com os motivos pró-Dilma:
1) O governo Lula, do qual Dilma representa a continuidade, foi um dos mais eficientes exemplos de gestão pública já documentados neste país. Aliás, o sucesso de Lula como presidente é tamanho que nem mesmo Serra, que se apresentou como seu completo oposto em 2002, agora exibe a coragem de desafiá-lo, fazendo questão de dizer que o governo de Lula "termina bem", que o presidente está "acima do bem e do mal" e por aí afora. Serra, que representa a oposição, não tem nem mesmo a honradez de admitir esta condição, preferindo dizer que não é "oposição nem situação". O que ele é, então?
2) Ao se candidatar em 2002, Lula prometeu criar 10 milhões de empregos. Foi atacado por Serra, que disse com todas as letras que aquilo era uma mentira óbvia, uma promessa de campanha absurda e inalcançável. Pois bem, ele realmente não criou os 10 milhões prometidos, mas por uma ótima razão: criou mais de 14 milhões.
3) O governo Lula trouxe para o Brasil um status internacional que jamais havíamos experimentado. Somos considerados como referência de democracia e de crescimento social lá fora, o que resultou em grandes honrarias ao Presidente, como o prêmio da ONU pelo combate à fome e, claro, a inclusão de Lula na lista dos 25 políticos mais influentes do mundo.
4) Com uma economia fortalecida ao longo de 8 anos de gestão, o Brasil foi um dos países que menos sofreu com a crise internacional disparada em 2009 e que chegou a 2010 fazendo vítimas nos EUA, na Europa e na América Latina.
5) Graças ao seu espírito excessivamente democrático, Lula - além de jamais tentar mudar a Constituição para permitir sua permanência no poder (como fizeram Chavéz e Fernando Henrique Cardoso) - não se deixou abalar pela pressão internacional ao tentar fechar um acordo nuclear com o Irã. Como resultado, o acordo, fechado hoje, alcança uma vitória que nem mesmo a ONU conseguiu e abre as portas para que o Estado iraniano possa estabelecer relações comerciais com o Ocidente. O que, conseqüentemente, diminui os riscos de um confronto internacional com graves repercussões.
6) O bolsa-família, embora ainda imperfeito por não conseguir filtrar exploração do benefício por adultos mal intencionados, vem alcançando resultados expressivos não só nos índices de educação das crianças, mas também ao diminuir consideravelmente o número de crianças exploradas pelo trabalho infantil. E particularmente considero que 100 maçãs podres explorando o sistema não são o suficiente para desmerecer a realidade de milhares de crianças que vão à escola em vez de à lavoura. Como se não bastasse, a desnutrição infantil caiu em 52% na população atendida pelo bolsa-família.
7) No governo Lula, os 10% mais ricos da população ficaram 11% ainda mais ricos. Já os 10% mais pobres tiveram um aumento de renda de 72%. Em outras palavras, sem desprezar a população classe AAA, o governo conseguiu beneficiar economicamente todas as camadas da população.
8) Dilma foi parte fundamental do governo Lula desde o primeiro ano, atuando como Ministra e como chefe da Casa Civil. Nestas posições, manteve-se ao lado do presidente durante suas duas gestões, compartilhando de sua visão sobre a forma de conduzir o país e mantendo-se no meio de todo o processo, passando a dominá-lo de maneira inquestionável. Como tal, é a candidata perfeita para dar continuidade ao projeto que guiou o país nos últimos 8 anos.
Analisemos agora Serra e seu modelo neo-liberal:
1) Os países que seguiram à risca o neo-liberalismo, advogando a interferência mínima do Estado sobre a economia, foram os que mais sofreram com a crise mundial. Aliás, é possível até mesmo dizer que a crise foi provocada por esta política, já que aberrações como Goldman Sachs e Lehman Brothers se tornaram possíveis justamente graças à total falta de fiscalização e regulação por parte do governo. No entanto, quando a coisa estourou, aí, sim, os governos mundiais foram chamados para apagar o incêndio, sendo obrigados a investir mais de um trilhão de dólares na economia para tentar salvá-la.
2) Se dependesse de Serra e FHC, tudo o que tínhamos de mais valioso já teria sido privatizado - como, de fato, muitas empresas estatais o foram. Parte fundamental do neo-liberalismo, estas privatizações teriam provocado um desastre em nossa economia. Basta lembrarmos que a Petrobrás só não foi privatizada graças à pressão da oposição da época e da população. Resultado: hoje a Petrobrás é uma das empresas mais lucrativas e respeitadas do mundo - e com o pré-sal, isto só tende a aumentar exponencialmente. Em outras palavras: as riquezas que iriam para os bolsos já recheados da iniciativa privada agora voltarão em forma de divisas para o país.
3) Serra, ainda candidato, tem feito uma série de declarações desastrosas que indicam seu despreparo absoluto para a Presidência. Primeiro, disse que o Mercosul era uma farsa - e, ao ser pressionado e condenado por praticamente meio mundo, voltou atrás afirmando que queria dizer que é preciso "flexibilizar o Mercosul". A pergunta: como alguém pode querer "flexibilizar" algo que considera uma "farsa"?
4) Em entrevista à CBN, Serra afirmou que iria intervir no Banco Central. Com isso, provocou um alvoroço no mercado financeiro, que recebeu muito mal a idéia. Por sorte, ninguém acredita, a esta altura, que Serra será eleito e, assim, os índices do dia não foram afetados. Agora reparem que ele ainda é candidato e afirma ter se preparado "a vida inteira" para ser presidente. Imagine se já estivesse no cargo, o estrago.
5) Notoriamente autoritário, Serra reprimiu manifestações de todos os tipos empregando pesada e covardemente a força policial, usando uma força desnecessária. Num dos momentos mais graves, cometeu a impensável asneira de colocar a Polícia Militar para reprimir os policiais civis em greve - e qualquer um que conheça a rivalidade entre as duas corporações sabe que isto poderia facilmente ter virado uma tragédia absoluta. Algo que não ocorreu quase que por milagre. E por que Serra ordenou a ação dos PMs? Apenas para evitar que os grevistas se aproximassem de seu palácio.
6) Ao assumir a prefeitura de São Paulo, Serra fez um compromisso em cartório que não abandonaria o cargo para concorrer ao governo do estado. Garantiu que iria até o fim do mandato. Não foi; abandonou o cargo, entregando-o a Kassab. E repetiu o gesto ao renunciar ao governo de São Paulo para concorrer à presidência.
7) O autoritarismo de Serra não se manifesta apenas através de sua utilização da polícia para reprimir grevistas. Como é possível ver neste link, ele destrata sem hesitação qualquer um que ousa questionar suas ações como gestor, desferindo patadas e deixando entrevistas no meio.
8) José Serra não hesita em assumir, sempre que pode, a autoria de obras alheias: diz-se, por exemplo, criador do programa contra a AIDS elogiado em todo o mundo - algo que vocês poderão constatar fartamente durante sua campanha. Mas o programa foi criado por Lair Guerra e Adib Jatene, não tendo absolutamente nada a ver com Serra. Da mesma forma, como governador, fez várias aparições públicas para vender a idéia de que o Estado de São Paulo havia comprado e iria distribuir gratuitamente as vacinas contra o H1N1 - ressaltando que São Paulo foi o primeiro Estado a fazê-lo, batendo até mesmo o Ministério da Saúde. Outra mentira: foi o governo Federal que comprou e pagou pelas vacinas (incluindo agulhas e seringas), enviando-as para os Estados. Ou seja: Serra se vangloriou por ter feito algo que o governo Lula fez. E a mídia vendeu a mentira. Finalmente, Serra não se cansa de se apresentar como o "pai dos medicamentos genéricos". Adivinhem só? Exato, outra farsa: o responsável pela chegada dos genéricos no Brasil foi Jamil Haddad, ministro da Saúde de Itamar Franco.
Recomendo que cliquem nos links que usei para embasar todas as argumentações e espero que tenha me expressado sem a agressividade ou mesmo a paixão da qual muitos me acusam neste espaço.

Extraído de http://www.cinemaemcena.com.br/pv/BlogPablo/post/2010/05/16/Por-que-votarei-em-Dilma-e-por-que-nao-votaria-em-Serra-JAMAIS.aspx acesso em 17 maio 2010.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Reconstrução do Imaginário Socialista

Leandro Alves *

Nada é impossível mudar.
Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.
Bertolt Brecht

Ensinamentos do primeiro ciclo das revoluções socialistas

O século XX deu inicio ao primeiro ciclo de revoluções socialistas. Muito se passou desde a Revolução de Outubro. Muito se avaliou e muito ainda tem que ser avaliado, mas algumas conclusões já podem ser extraídas dessas experiências: i) as experiências que ocorreram no século XX foram sim experiências socialistas. Os erros e insuficiências não descredenciam os feitos diretos e indiretos das revoluções socialistas. Os precursores do Socialismo deram os primeiros passos de uma longa caminhada. Nosso ideal é superior ao do capitalismo, pois é inclusivo e igualitário; ii) a construção do socialismo deve ser obra dos trabalhadores e das massas populares, a complexidade da luta política não deixa mais espaço para que pequenos grupos cheguem ao poder sem amparo popular, a nova sociedade só se concretizará com o engajamento de um grande número de homens e mulheres; iii) não há modelo de socialismo, não existem “receitas” preestabelecidas. O Socialismo para ser construído em nosso País, deverá – para se concretizar - respeitar as particularidades históricas do Brasil e de seu povo; iv) a transição para o socialismo é um processo longo, com diversos processos de transformações lentas e cruentas, não cabendo voluntarismos esquerdistas, mas sim um conhecimento concreto da realidade que estamos inseridos. A derrota que sofremos no início da década de 90 está longe de representar o fim da história, representa sim, um novo ciclo de construção do socialismo, o inicio de uma caminha rumo à emancipação da humanidade.

Capitalismo incapaz e senil

Do ponto de vista dialético, um fenômeno só se desenvolve plenamente se não tiver obstáculos que impeçam seu desenvolvimento. Enquanto existia o campo socialista, o capitalismo teve de se conter. Não podia mostrar sua real face, o Estado de bem estar social é um exemplo de como o capitalismo teve de se adequar a uma realidade mundial que tinha como característica geral a bipolaridade política. Quando o campo socialista foi derrotado, o capitalismo pôde, sem um contraponto político-ideológico, mostrar sua natureza excludente. O resultado concreto é inegável: o capitalismo não foi capaz de resolver, sequer minimizar, os grandes problemas que a humanidade enfrenta.

Se não bastasse isso, o capitalismo atravessa uma das maiores crises de sua história. Não é uma mera crise cíclica, que possa ser contornada com medidas do tipo “keinisianas”, mas sim uma crise estrutural. Essa crise afetou o sistema do capital e não apenas o capitalismo. E não são poucos os que dizem que o pior ainda está por vir. Essa situação tem gerado um grande número de contestações. Elas espalham-se pelo mundo. Não se restringem mais a periferia do sistema. Entretanto, o Socialismo não esta na ordem do dia, pois embora em crise o capitalismo ainda é hegemônico política e culturalmente. Ainda estamos em um período predominantemente contrário aos interesses dos povos e da classe operária. É nessa conjuntura que devemos pensar a reconstrução do imaginário Socialista.

Nossa ação no dia a dia

Somos homens e mulheres que atuamos no cotidiano da luta política. Seja no parlamento, no sindicato, na associação de moradores, na universidade, enfim, nos diversos espaços da vida social e política de nosso País. A questão que se apresenta é que nessa ação cotidiana, somos “engolidos” pelas atividades práticas desses movimentos e acabamos nos afastando da luta política. Não é por acaso que o capitalismo se mantém “de pé” mesmo com a sua incapacidade de resolver os problemas da grande massa de seres humanos.

A luta econômica – por melhores salários, por moradia, por educação, entre outras -, não supera a questão fundamental do sistema: a produção social da riqueza produzida pela sociedade e a apropriação privada dessa riqueza. Confirmando essa assertiva, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) elaborou um levantamento que aponta as desigualdades no Brasil. Um dos dados mostra que os 10% mais ricos concentram 75,4% da riqueza do país.

Realizar apenas a luta econômica possui um grande limitador. Ao lutarmos dentro das “regras do sistema” nosso horizonte se limita ao próprio sistema – por mais que se melhorem os salários a mais valia continuará a existir. A luta econômica isolada nos restringe apenas a uma oposição do sistema e não uma oposição ao sistema. Isso gera um limite histórico, por não conseguir sair dos marcos do capital acabamos dependendo do objeto que negamos, nossa ação fica restrita a ordem atual. Por isso devemos politizar nossa ação nos movimentos sociais, partir do específico – a luta econômica - e fazer a ligação com o geral – a luta política.

Luta política e unitária

Na atualidade há uma serie de movimentos sociais – movimento negro, mulheres, sindical, comunitário, LGBT, estudantil, ecológico, para ficar só nesses – que possuem suas especificidades, suas bandeiras de lutas, que tomadas isoladamente podem minimizar as mazelas impostas pelo capitalismo, mas nunca conseguirão ir à raiz do problema, ou seja, colocar em xeque as estruturas dessa sociedade excludente. As cotas – raciais e de gênero, por exemplo - são medidas compensatórias importantes para a realidade de exclusão que o capitalismo impôs aos negros e às mulheres em nosso País, mas só elas, desconectadas de um projeto político que tenha como fundamento o fim da exploração não conseguirão contribuir para a emancipação dos trabalhadores. Unir a luta econômica à luta política é elemento essencial por aqueles que almejam construir uma sociedade Socialista.

Precisamos, também, romper com a compartimentação que existe entre os movimentos sociais. A luta pela redução da carga horária de trabalho sem redução de salário dever ser uma luta de todos os movimentos sociais e não apenas do sindical. A luta pela igualdade de gênero deve ser pautada por todos os movimentos sociais e não apenas pelo movimento feminista. Renato Rabelo – Presidente Nacional do PCdoB – nos dá uma lição de sabedoria política, diz ele, que “o isolamento é o primeiro passo para a derrota”. Essa máxima deve pautar a ação de todos os militantes na atualidade, pois só com uma grande unidade conseguiremos acumular forças rumo transformação radical da sociedade.

Em síntese, é preciso unir, dentro de cada movimento social, as lutas imediatas à luta política, dando um rumo estratégico a cada ação tática. É preciso, também, unir os diferentes movimentos sociais, buscando unificação na ação cotidiana, construindo uma unidade solida para a defesa dos interesses das maiorias. Não há espaço para a luta despolitizada, para o isolamento político, nem para a compartimentação da luta para quem deseja edificar um caminho concreto para o fim da exploração. A elevação da consciência dos lutadores sociais através da politização das lutas cotidianas e da unidade entre os movimentos sociais será fator importantíssimo para o futuro da construção do Socialismo.

Novos agentes políticos

Além dos movimentos tradicionais, como o sindical - que deve ser o pilar de qualquer projeto socialista, pois é ele que enfrenta diretamente a contradição entre o capital e o trabalho -, o comunitário e o estudantil, apareceram novos lutadores sociais. São movimentos que carregam grande potencial de mobilização e contestação. Movimentos como o Hip Hop, Rádios Comunitárias, Comitês de Resistência Popular, os Centros de Educação Popular, Cooperativas de Trabalho, entre outros do gênero, nasceram de um vácuo existente nas favelas e vilas das grandes cidades. Esses movimentos conseguiram aglutinar um grande numero de pessoas que não participavam dos movimentos tradicionais, pois não estavam incluídos na ação desses movimentos. Os movimentos tradicionais não possuíam - e ainda não possuem - uma proposta organizativa voltadas para esses novos seguimentos. Precisamos romper esse obstáculo para a reconstrução de um novo imaginário Socialista. É necessário que criemos uma política para esses novos lutadores, pois eles não se organizam tradicionalmente em sindicatos ou associações similares.

Estes movimentos apresentam elementos similares em sua constituição, quais sejam, a solidariedade – ainda não é uma solidariedade de classe -, o inconformismo com a exploração, a negação do sistema capitalista, as diversas formas de expressão cultural como fator aglutinador e um contato com a realidade enfrentada pela maioria da população. Esses movimentos estão construindo uma nova perspectiva de ação das massas trabalhadoras e exploradas através da cultura popular como forma de resistência ao sistema capitalista, estão construindo uma nova forma de luta, a partir da cultura, da musica, da dança, da pintura, enfim da expressão artística e da união comunitária. Um projeto socialista precisa incluir esses novos agentes sociais, como forma de incluir e massificar a luta por uma nova sociedade.

Coerência e relevância política

A luta política apresenta-nos um grande número de possibilidades. Há caminhos fáceis como a atuação baseada apenas em discursos fáceis, ditos revolucionários, porem sem eficácia efetiva na vida dos trabalhadores e excluídos. Esse caminho é o mais utilizado por setores esquerdistas, pois qualquer um é “coerente” sem ter a pratica como critério da verdade, tendo como parâmetro apenas o discurso teórico.

Existe o caminho dos que se jogam nas questões imediatas, vivem correndo para “resolver” os problemas, alcançam um papel relevante em determinado período, mas perdem o rumo, pois suas ações não levam a transformação efetiva da sociedade.

O caminho para edificar um novo imaginário socialista é complexo e contraditório, pois exige que se atue no cotidiano, buscando – a partir das questões imediatas - um elo com a luta política, com a luta transformadora. Em outras palavras, é preciso ser coerente com o objetivo central – com a estratégia - sem perder a relevância política na atualidade. Essa é a tarefa de todos que desejam seriamente construir o socialismo em nosso País. Acumular forças com as lutas específicas, sem perder o norte, o objetivo estratégico: a construção de uma sociedade socialista.

Nada é impossível de mudar

Todos os dias somos bombardeados pela mídia, com mensagens de que o mundo sempre foi assim, que não há alternativa e que nada pode ser feito. Não podemos criar nenhum tipo de organização social melhor que o capitalismo. Só nos resta, então, nos adaptar a essa realidade e pronto.

Na verdade a vida não é bem assim. Do comunismo primitivo até os dias atuais, a única verdade que podemos extrair é a de que tudo pode mudar. E essa mudança se dá pela ação concreta dos seres humanos. O capitalismo foi um avanço em comparação com o feudalismo, já teve um papel revolucionário. Entretanto, há muito tempo perdeu esse caráter progressista e passou a ser conservador. As relações sociais que o capitalismo engendra já entraram em contradição com as forças produtivas da sociedade. A contradição entre produção social das riquezas e sua apropriação privada e entre anarquia das decisões na produção e a competição desenfreada são expressões claras dos limites do capitalismo.

A humanidade pode ir mais longe. Pode construir uma sociedade melhor, justa e solidária. Onde o ser humano seja o principal, onde o conhecimento fique a serviço da paz e do desenvolvimento de todos, onde a dignidade da pessoa humana seja um pilar intocável, onde a igualdade não seja mera retórica formal, mas se apresente no campo econômico, político e social. Para tanto precisamos enraizar o projeto Socialista no imaginário dos trabalhadores e trabalhadoras, das massas populares, dos homens e mulheres que almejam um mundo melhor. A criação de um novo imaginário Socialista, só será possível se estiver permeada pela unidade política de todos os movimentos sociais, por uma concepção teórica antidogmatica, crítica e criadora, pela mais ampla participação popular, pela solidariedade, pelo conteúdo de classe e por um profundo amor pela vida humana. As condições objetivas para caminharmos nesse rumo já estão dadas, precisamos iniciar a edificação das condições subjetivas. Então, mãos a obra, pois nada é impossível de mudar.

* Leandro Alves é Servidor do Poder Judiciário Gaúcho, ex-assessor Sindical, ex-assessor Parlamentar. E-mail: leandroalvesrs@htmail.com

Extraído de http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3108&id_coluna=84 acesso em 22 abr. 2010.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Criativos comuns


Paz e bem!

Licenciar nossas produções
sob formas livres de publicação
é uma interessante e útil forma
de solidariedade cultural.

Os quadrinhos abaixo
fazem uma apresentação
simples, rápida e inicial
da Creative Commons,
uma das licenças que trabalham de forma livre:


Dúvidas,
perguntem,
comentem
vamos conversar
e tirar dúvidas por aqui.

Fonte:
Criativos comuns / Karlisson Bezerra. 2010. Extraído de http://nerdson.com/blog/criativos-comuns/ acesso em 16 abr. 2010.


quinta-feira, 8 de abril de 2010

A volta do Bugu

Paz e bem!

Quase todos conhecem
o Bugu,
personagem da Turma do Bidu
(quadrinhos do Marício de Sousa)
que vive tentando roubar a cena do Bidu
pra dizer "Alô, mamãe!"

Pois ontem,
7 abr.,
quando vereadores de oposição
entregaram à promotora Lúcia Callegari
documentação sobre o Caso Reação
(empresa responsável da segurança
na Secretaria de Saúde de Porto Alegre
e que denunciou a cobrança de propina
para manter o contrato),
um vereador petista
incorporou o Bugu
e entregou à imprensa
documento interno da bancada do PT
que analisava a situação,
indicava pontos fortes,
pontos fracos etc.

Ou seja,
em troca de alguns segundos
na mídia
engregou ao PIG guasca
toda a estratégia.

Será que o Bugu
não sabe que existe o PIG?
Ou de fato o Bugu
está aliado ao PIG?

Deixo aos leitores
a tarefa de descobrirem por si mesmos
que é o vereador ou vereadora petista
que na verdade é o Bugu.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Nasrudin e o juiz

Um dia, o juiz pediu a Nasrudin que lhe ajudasse a resolver um problema legal.
- Como me sugeres que castigue a quem difama?
- Corte as orelhas de todos aqueles que escutam suas mentiras - replicou o mulá.
Extraído de:
Nasrudin : 99 contos / organização Felipe Varella. -- Rio de Janeiro : Caravana de Livros, 2009. -- P. 49.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Dilma no “Superpop”

Eduardo Guimarães
no seu blog Cidadania.com
analisou:
Na última quinta-feira, a ministra Dilma Rousseff foi entrevistada pelo programa Superpop, da Rede TV, cerca de dois meses depois de o programa ter recebido o governador José Serra. Quem não assistiu, perdeu a chance de ver como se apresentará na campanha eleitoral a candidata do presidente Lula à Presidência da República.

Antes de começar a escrever este texto, dei-me ao trabalho de assistir, via You Tube, a entrevista de Serra concedida àquele programa em novembro do ano passado. Quis saber se ele também foi alvo de questionamento de falhas que seus adversários apontam em sua gestão, tais como na Saúde, na Educação ou na Segurança, pois àquela época ainda não havia as enchentes para questionar.

No caso de Dilma, o questionamento foi quanto ao “apagão”. O Superpop colocou um jornalista desconhecido do Estadão para questionar a ministra usando essa terminologia (“apagão”) para o blecaute de 5 horas que começou na noite do dia 10 de novembro último e terminou na madrugada do dia seguinte.

No caso de Serra, só houve exaltação dele. A apresentadora Luciana Gimenez passou todo o programa inflando a bola do tucano, tecendo loas à lei antifumo e a supostas medidas em favor de deficientes físicos.

A diferença era esperada, claro. Não é novidade para ninguém que a mídia é partidarizada e é por isso que não gostei da entrevista de Dilma. Por ser mulher e por ser do PT, a pré-candidata à Presidência da República tem que entender que das mulheres, neste país, exige-se sempre o dobro do que dos homens.

Comportamentos aceitos como característicos de força e liderança em homens, nas mulheres são vistos como “arrogância”. Homens fortes são “corajosos”; mulheres fortes são “megeras”. É complicado.

Voltando, pois, à entrevista de Dilma ao Superpop. Em duas palavras: não gostei. E digo isso com tranqüilidade porque pretendo votar nela – menos por ela mesma do que por quem a indica e pelo que ela representa ao encarnar a continuidade do governo Lula. E sem esquecer que seu principal adversário é um dos políticos que mais repudio.

Dilma foi hesitante. Gaguejou e se perdeu em uma explicação técnica para aquilo que simplesmente não houve, o tal do “apagão”. E explicou muito mal a diferença entre o blecaute de novembro, causado por uma eventualidade, e a falta de capacidade de gerar energia que paralisou o país no fim do governo FHC.

Se eu fosse Dilma, diria que a pergunta fora boa porque oferecia a oportunidade de desmontar uma farsa. Diria que não se pode equiparar um acidente com uma situação vivida no governo anterior em que o Brasil não tinha capacidade de geração de energia, o que nos obrigou a racioná-la, a subir abusivamente seu preço e a punir quem não se enquadrasse num racionamento que durou quase um ano.

As frases de Dilma eram mal pontuadas, ela gaguejava. Davam aflição, pois parecia que a ministra não sabia o que iria dizer, ainda que o que dizia fizesse sentido. Mas, em política, o que se diz é muito menos importante do que a forma como se diz.

Ora, em um debate com uma raposa como Serra, se Dilma ficar tensa e se perder naquela prolixidade toda, ficará difícil. Quem se der ao trabalho de assistir à entrevista dele ao Superpop verá como ficou muito mais à vontade e como se comunicou muito melhor.

Vejam que Luciana Gimenez, tanto com Dilma quanto com Serra, foi a doçura e a complacência em pessoa. Deixou os entrevistados muito à vontade, de forma a poderem se comunicar com a mais absoluta desenvoltura. Apesar de ter havido um questionamento a Dilma que não houve a Serra, foi um questionamento gravado e o espaço concedido à resposta da ministra lhe teria permitido “detoná-lo”.

Devo explicar o seguinte: aqui não se faz torcida. Até porque, torcida não ganha eleição. Aqui se discute política e se oferece uma opinião clara e honesta, daquele tipo que não tenta se passar por “isenta”. Mas torcida, não. Sobretudo em política, torcida é uma droga que esconde o que deve ser corrigido em uma candidatura.

Estou absolutamente seguro de que o voto em Dilma é a melhor opção, pois significa a continuidade do processo benigno que o país empreende. Todavia, Dilma precisa entender que ou ela se comunica de forma mais eficiente ou poderá perder uma eleição relativamente fácil de ser vencida devido a seu adversário ser um desastre como administrador.

Extraído de http://edu.guim.blog.uol.com.br/arch2010-01-31_2010-02-06.html#2010_02-05_16_58_14-3429108-0 acesso em 05 fev. 2010.
Foto: A Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff e Lula / Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr. [Brasília?] : Agência Brasil, 10 nov. 2009. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dilma_e_Lula_no_PAC.jpgcesso em 05 fev. 2010.
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Isto pode?

Paz e bem!

Recebi hoje marcapáginas da Secretaria Municipal da Saúde
tem até dados que podem ser úteis para se monitorar levemente a saúde,
mas o que chama mesmo a atenção é o espaço destinado
a divulgar o nome e foto do nobre secretário, Dr. Eliseu Santos.

Que me consta isto é vedado ao prefeito,
mas um secretário pode?

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