O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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sábado, 18 de agosto de 2007

Lembo: "Cansei" é termo de dondocas enfadadas

Deu no Terra Magazine:

Segunda, 30 de julho de 2007, 09h04
Bob Fernandes

Domingo, 11 da manhã. Com duas mil pessoas, a passeata convocada pelos movimentos "Cansei" e "Cria" (Cidadão, Responsável, Informado e Atuante) chega à avenida 23 de Maio. O coro "Fora Lula" já deu o tom à caminhada. A alguns quilômetros dali, abraçado e beijado por populares e tendo a seu lado o senador Marco Maciel (DEM-PE), o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo assiste à missa na Catedral da Sé.

No início da noite, Lembo diria a Terra Magazine o que pensa sobre o movimento "Cansei", suas origens e motivações:

- "Cansei" é um termo muito usado por dondocas enfadadas em algum momento das vidas enfadonhas que vivem.

Lembo, colunista deste Terra Magazine, em seu artigo semanal a ser publicado amanhã tratará do que detecta ser um "clima de colapso" e analisará as ações de governos e da mídia em meio à crise.

O ex-governador de São Paulo percebe haver em vários setores da sociedade insatisfação com o "clima de colapso nos serviços públicos". Entende ele que a depauperização dos serviços públicos se dá há duas décadas e se aprofundou "nos últimos 10 anos".

Lembo constata que os recentes acidentes aéreos "comoveram o Brasil e produziram, inclusive na sociedade, uma dor imensa", mas lamenta "a utilização de um movimento natural e de motivos nobres por movimentos e atividades com claro objetivo político ainda que tentem escondê-lo ou apesar de o negarem, e isso não é bom".

A colunista Mônica Bergamo informa na sua coluna de hoje na Folha de S.Paulo: por entenderem que o "Cansei" tem slogans que podem levar a uma leitura política e partidária, as redes de televisão Globo e Bandeirantes não cederão espaço publicitário gratuito ao movimento. Por enquanto, a revista IstoÉ cedeu espaço.

Por fim, mas não por último, o ex-governador situa geográfica e nominalmente o "Cansei" desde o que, no seu entender, seria o nascedouro:

- É um movimento nascido em Campos do Jordão. O empresário João Doria Jr., ao que li e acompanhei nas últimas semanas, há pouco dedicava-se a um desfile de cãezinhos de madames em Campos do Jordão.

Leia [trechos d]a entrevista com Cláudio Lembo:


Terra Magazine - Na noite da última sexta-feira, durante o casamento de Sophia - filha do ex-governador Geraldo Alckmin, de quem o sr. foi vice -, o sr. disse ao repórter José Alberto Bombig, da Folha, que o movimento conhecido como "Cansei", nascido em protesto contra a crise no setor aéreo, a violência e a corrupção, é um movimento de "um pequeno segmento da elite branca" e nascido em Campos do Jordão. O que o sr. quer dizer com isso e o que o leva a ter essa convicção?
Cláudio Lembo - O próprio ato de nascimento do movimento. O "Cansei" nasce conduzido por figuras conhecidas que sempre possuíram e possuem uma visão elitista do país e da sociedade.
[ . . . ]
O sr. tem, certamente, a consciência de que nesses movimentos, o "Cansei" ou o "Cria", há a participação de familiares de vítimas dos acidentes aéreos?
Tenho consciência e isso me deixa mais triste ainda.

Por quê?
Porque é a utilização de um movimento natural e de motivos nobres por movimentos e atividades com claro objetivo político ainda que tentem escondê-lo ou apesar de o negarem, e isso não é bom.
[ . . . ]
Como e por quê?
A reestruturação dos serviços públicos brasileiros partiu de uma cópia servil do modelo norte-americano, ou por eles imposto, e não encontrou raízes no Brasil. Isso nos últimos 20 anos e se agravou nos últimos 10 anos muito profundamente.

Me dê exemplos do que o sr. está dizendo.
Pois não: as agências como a Anac, Anatel, ANP, e ONGs. Nos Estados Unidos as agências tinham e têm uma cultura ambiente favorável e as ONGs, em grande parte, nasceram para fiscalizar o governo. No Brasil as agências apenas servem para abrigar os interesses de empresas privadas, e ONGs, em sua maior parte, são apêndices de governos.

Leia na íntegra em http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1794531-EI6578,00.html

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