O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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domingo, 12 de agosto de 2007

Procura-se uma oposição

Do Luis Nassif Online:
12/08/2007 10:49

O PSDB está realizando suas convenções, tentando se situar como alternativa a Lula. Nos últimos anos perdeu o rumo, da mesma maneira que Lula e o PT perderam em 1994 após o Plano Real. Lula passou quatro anos falando sozinho por falta de discurso. Foi salvo pelos erros do câmbio, o “apagão” da energia elétrica de FHC e a enorme impopularidade do presidente.
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FHC juntou em seu governo o malanismo e um desenvolvimentismo que não se realizou no primeiro governo, e foi abortado pela crise cambial de 1999. Seu projeto de país era insuficiente, um mercadismo que consumiu grande parte dos recursos financeiros do Estado e meros esboços de políticas sociais. Tinha algumas iniciativas válidas, mas nunca chegava às “acabativas”. Deixou um modelo torto e incompleto.

O padrão Lula

O governo Lula permaneceu sem projeto de país, limitando-se a consolidar o modelo de governabilidade de seu antecessor, aprimorando as políticas sociais, é verdade, mas apanhando com os problemas de gestão – embora, hoje em dia, tenha um ministério bastante superior ao do primeiro governo.
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A grande esperteza política de Lula foi ter se apropriado do discurso mercadista de FHC-Malan. O PSDB acha que esse modelo tem futuro? Vá em frente, mantenha a ambigüidade, e conforme-se em ser oposição pelo resto da vida.

Olhando o futuro

Qualquer projeto de poder demanda visão estratégica pensando o futuro, não o presente. O cenário no qual a oposição poderá ganhar discurso será com o fim da exuberância irracional que tem caracterizado os mercados e a economia internacional. E não essa loucura de dar eco a essa oposição sistemática e escandalosa que, a cada dia, tem corroído a credibilidade da mídia e da oposição.

Com a crise, ficarão claras as vulnerabilidades do governo Lula:
  1. Os estragos no tecido econômico provocado pelas políticas monetária, cambial e fiscal irresponsáveis dos últimos três governos passarão a ser divulgados maciçamente pela mídia (hoje essa informação é sonegada porque interessa o câmbio apreciado).
  2. A ausência de um projeto nacional será muito mais notada.
  3. Mais do que nunca, haverá a necessidade de um governo que junte as forças nacionais para enfrentar o período de vacas magras.
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A conclusão final é que, mantido esse estado de coisas, a vinda da crise – que poderia significar mudanças profícuas, reforçando o discurso da oposição e obrigando o governo a acertar o rumo – vai apenas estimular o radicalismo da campanha.
enviada por Luis Nassif
Leia na íntegra em http://z001.ig.com.br/ig/04/39/946471/blig/luisnassif/2007_08.html#post_18923679

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