Escrito por Luiz Antonio Magalhães
editor de política do DCI e editor-assistente do Observatório da Imprensa
Blog do autor: Blogentrelinhas
27-Jul-2007
Waldir Pires fez na semana que passou o que deveria ter feito já no ano passado: pegou o seu banquinho e saiu de mansinho. Um pouco tarde, é bem verdade. Quando caiu o avião da Gol, em setembro último, esta coluna recomendou vivamente a demissão do então ministro da Defesa. Waldir Pires é um homem honesto, honrado e competente, mas estava no lugar errado, no momento errado.
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Com o acidente de Congonhas, porém, a situação, que já era insustentável lá atrás, chegou a um ponto em que nenhuma outra ação fazia sentido. Vamos ser claros: Waldir não é o culpado pela crise, mas perdeu de tal forma a autoridade no ministério da Defesa que já não era mais um ministro de fato. Teria sido muito melhor se ele tivesse saído antes, mas Lula insistiu em preservá-lo e a situação só piorou.[ . . . ]
Além de todos esses fatores, Jobim é um homem ambicioso. O desafio da crise aérea é grande, mas se o ministro conseguir solucioná-lo, vai se tornar um candidato fortíssimo à sucessão de Lula, pelo PMDB. Não depende só dele, mas a verdade é que a faca e o queijo estão nas mãos de Jobim. Lula queria tê-lo como candidato a vice-presidente em sua chapa no ano passado, já pensando em 2010 (ou 2014...). Por caminhos diversos dos inicialmente imaginados, Jobim pode, sim, se tornar em uma alternativa negociada para a sucessão presidencial, contemplando o lulismo e uma parcela da oposição que a rigor em nada se diferencia do PT no poder...
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