O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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domingo, 22 de julho de 2007

Barroso, S - Pochmann, trabalho e capital

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=21758 acesso em 22 jul. 2007.

Pochmann, trabalho e capital
por Sérgio Barroso*

“Você vai se apaixonar pelo mercado financeiro”
(trecho de recente propaganda televisiva do Banco HSBC)


Acompanho a trajetória do economista e professor Marcio Pochmann há mais de dez anos; fui também seu aluno. Sua importante contribuição nas pesquisas sobre o “mundo do trabalho” tem sido ascensional e sistemática. Pochmann teve passagem, por quatro anos, como secretário de Trabalho e Políticas Públicas da Prefeitura de São Paulo, atividade política elogiada de maneira praticamente consensual.
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1) Há, sim, inversão na tendência de aumento da desigualdade nos rendimentos do trabalho: em 2005, o Coeficiente de Gini (indicador da desigualdade na distribuição pessoal da renda) foi ainda significativamente alto (0,54), mas 8,5% inferior ao de 1980 (0,59); 2) em grande medida, a reversão no sentido da desigualdade relaciona-se diretamente ao que ocorre nos estratos superiores e inferiores da distribuição na renda do trabalho: a participação do maior rendimento (acima de 1,6 mil reais mensais) vem decaindo nos últimos quinze anos; 3) em 2005, a participação do rendimento do trabalho na renda nacional foi de 39,1%; em 1980 era de 50%.

Em suas conclusões, a renda proprietária (juros, lucros, aluguéis de imóveis) cresceu mais rapidamente que a variação da renda nacional e, assim, do próprio rendimento do trabalho. De acordo com o IBGE – assinala Pochmann -, para o período recente: a) persiste a trajetória de agravamento do processo de distribuição funcional da renda no país; b) essencialmente, o crescimento relativo na renda dos proprietários encontra respaldo no avanço dos detentores da riqueza financeira; c) a renda do conjunto dos verdadeiramente ricos afasta-se cada vez mais da do trabalho; alia-se a outros tipos de renda (terra, ações, títulos financeiros, entre outros).

Ah, a ganância esclerosou o HSBC: a “paixão” brasileira pelo mercado financeiro tem mais de 10 anos!

* Artigo publicado originalmente em O Jornal (AL), 17/7/2007

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