Deu no Brasil de Fato:Não é ALBA, nem o MERCOSUL ampliado, nem a integração energética que vinha trabalhando a Venezuela. A UNASUL, impulsionada pelo Brasil, tem vantagens e desvantagens: entre as primeiras, potencia a autonomia regional a respeito dos Estados Unidos; mas é um tipo de integração à medida das grandes empresas brasileiras.O tempo dirá, mas tudo indica que se trata de um acontecimento que fará história no largo e complexo processo de integração dos países da região03/06/2008 Raúl Zibechi
O processo em curso apresenta duas novidades a respeito aos anteriores. Um, é nítido o protagonismo do Brasil que se tem convertido na locomotora regional, logo de tecer uma aliança estratégica com a Argentina. O resto dos países podem eleger entre seguir a corrente do país que representa a metade do PIB regional e de sua população e é, junto com a Rússia, China e Índia, um dos principais emergentes do mundo. Mas além disso, o único em condições de liderar um processo que colocará a região como um dos cinco ou seis pólos de poder global.
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Deste modo, a diplomacia do Itamaraty despreza as expectativas do Pentágono de abrir uma frente militar, logo do ataque ao acampamento das FARC em solo equatoriano no último dia 1 de março. Esta é apenas a fase final de uma estratégia que começou com manobras conjuntas entre o Brasil e a Argentina, cujas hipóteses de conflito consistiam na defesa dos recursos naturais ante uma potência extracontinental. Em novembro de 2006, o coronel Oliva Neto, que dirige o Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência do Brasil, havia feito a proposta de criar umas forças armadas regionais como parte do projeto Brasil em Três Tempos, que busca converter a nação em um “país desenvolvido” para 2022.[ . . . ]
Sem dúvida, esta integração à medida do “Brasil potência” não é a que houvera preferido Hugo Chávez, mas as dificuldades pelas quais atravessa o processo bolivariano e os ressentimentos que levanta na região, fortalecendo a opção brasileira. Que as grandes empresas desse país(Petrobrás, Embraer, Odebrecht, Camargo Correa, Itaú...) serão as grandes beneficiadas, está fora de dúvida. Seguramente, será o preço a pagar por romper dependências mais onerosas.Analistas conservadores como o argentino Rosendo Fraga, esperam que “a heterogeneidade dos doze países da região! (Nova Maioria, 20 de maio) será a pedra no sapato do processo de integração. Washington tem as mesmas expectativas e, além disso, trabalha com afinco para ele. Chama a atenção, em vista das escassas perspectivas de futuro que tem os pequenos países em um mundo globalizado, que o único presidente que faltou ao encontro tenha sido Tabaré Vázquez.
Raúl Zibechi, jornalista uruguaio, é docente e investigador na Multiversidade Franciscana da América Latina, e assessor de vários grupos sociais.
Leia na íntegra em http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/unasul-a-integracao-possivel
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