Deu no Via Política:
Por Omar L. de Barros Filho
Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, apelou ao guerrilheiro Alfonso Cano, novo líder das FARC, que acabe com a luta de guerrilhas iniciada há mais de quatro décadas na Colômbia e liberte todos os reféns em seu poder nas montanhas. Chávez, acusado pelos governos colombiano e norte-americano de manter vínculos com as FARC – o maior grupo armado do país – disse que a guerrilha já passou para a história, e que está fora de lugar no atual contexto político da América Latina. A declaração, que marca uma surpreendente guinada à direita do dirigente venezuelano, foi ao ar no programa semanal de rádio e TV Alô Presidente, transmitido neste último domingo (8/6/2008).
Na realidade, o gesto de Hugo Chávez revela seu temor com o desgaste interno de sua popularidade, que é o mais alto nos últimos tempos, e sente-se pressionado por problemas de desabastecimento de alimentos básicos e perspectivas de inflação elevada. Além disso, percebe seu isolamento da comunidade latino-americana devido ao seu discurso belicoso, irreverente e considerado ineficaz nos meios diplomáticos continentais. Mostra que não desconhece a falência política e militar das FARC, colocada na defensiva pelas ações do governo colombiano, apoiado nos inesgotáveis recursos do Plano Colômbia, eixo da ajuda norte-americana. Como é público e notório, as FARC há muito passaram a participar da rede internacional de tráfico de cocaína, o que a deslegitimou.
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O presidente venezuelano, desde o frustrado golpe de Estado contra ele em 2002, acusa de forma reiterada os EUA de fomentarem sua queda. Mais uma vez reafirmou que o governo dos EUA utiliza as armas como subterfúgio para ameaçar a Venezuela, com a instalação de uma base militar norte-americana na Colômbia. "Agora estão planejando montar a base militar na Colômbia, já têm várias, mas essa é uma ameaça à Venezuela e a desculpa para isso é o chamado terrorismo na Colômbia", disse.[ . . . ]
Uma página está sendo virada neste momento, justo quando o presidente George Bush mais necessitava de uma ajuda para o Partido Republicano vencer o candidato democrata Barack Obama nas próximas eleições dos Estados Unidos. Se a Colômbia pode ser pacificada pelas armas, por que não o Iraque?9/6/2008
Fonte do vídeo: http://www.aporrea.org/actualidad/n115236.html
Omar L. de Barros Filho é jornalista, editor e cineasta.
omar@viapolitica.com.br
Leia na íntegra em http://www.viapolitica.com.br/fronteira_view.php?id_fronteira=166
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