O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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terça-feira, 1 de abril de 2008

A ‘revolução democrática’ de 64 e a formação ideológica das forças arma

Deu na Adital:
Marcelo Dorneles Michel*
Adital - Estamos em uma data significativa, trinta e um de março. Data que representa o vermelho do sangue de homens dignos derramado arbitrariamente por nossos militares. Isso mesmo! Pelos militares, justamente aqueles que deveriam defender a pátria brasileira. Trinta e um de março de sessenta e quatro, o dia do golpismo. Data que não deve ser apagada da memória dos brasileiros. E não deve ser esquecida para que golpismo e arbitrariedades como aquele não aconteçam jamais.
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Falo com conhecimento de causa, pois passei alguns anos nas fileiras do exército como oficial temporário. Passamos por tentativas de doutrinação a favor do pensamento político direitista conservador, a ponto de tentarem nos convencer, com convicção, dos erros intencionais cometidos pelos historiadores ao contar a história do Brasil durante o Regime Militar. É inconcebível, na caserna, alguém ousar demonstrar um mínimo de simpatia por partidos, movimentos ou pessoas ligadas a tendências populares ou progressistas.
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No Exército, descobri que não houve golpe, mas uma "revolução democrática". Revolução que suspendeu e cassou direitos políticos, impediu os moradores de cidades consideradas estratégicas de elegerem seus prefeitos; depuseram governadores eleitos democraticamente; censuraram a imprensa; torturaram e mataram cidadãos que lutavam pela dignidade, justiça, liberdade e paz em nosso país; mantiveram presos e/ou exilados pessoas como Paulo Freire, Frei Betto, Betinho e tantos outros cidadãos que tanto contribuíram para o desenvolvimento intelectual, artístico e cultural de nossa nação. Tudo isso fez a "Revolução Democrática de 64", que eu prefiro chamar de golpismo.
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Acordem militares! Ainda há tempo de repararem o sangue de inocentes por vocês derramados entre aquele 31 de março de sessenta e quatro e a "abertura" no ano de 84. É só trabalharem para que em nosso país se faça a construção da igualdade, da dignidade, da justiça e da paz! Quem sabe se aproximem das forças populares para que um novo Brasil aconteça, já que distante destas forças vocês fracassaram.
* Professor de Filosofia e de Sociologia
Leia na íntegra em http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=32340

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