O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Crescimento e distribuição de renda na China

Deu no Correio da Cidadania:
Escrito por Wladimir Pomar
17-Abr-2008
Hoje, a China parece, para muitos, um rinoceronte entrando numa loja de louças. Sinólogos de última hora apresentam as mais diversas teorias para explicar como um país que, no início da década de 1980, era apenas medianamente industrializado, com mais de 80% da população concentrada na agricultura, que possuía cerca de 700 milhões de pobres e 400 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, se tornou em menos de 30 anos a segunda maior potência econômica mundial pela paridade de poder de compra, e a terceira ou quarta pela paridade cambial.
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Se compararmos a renda dos 10 milhões de milionários com os 20 a 30 milhões que vivem abaixo da linha da pobreza, teremos uma desigualdade gritante. No entanto, se avaliarmos que a China colocou no patamar de classe média cerca de 850 milhões de pessoas, no curto espaço de 30 anos e numa época em que a hegemonia do pensamento neoliberal considerava inevitável a disseminação da pobreza e da miséria, em virtude da prevalência do desemprego estrutural, será necessário medir as desigualdades chinesas com outros parâmetros.
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Apesar disso, não se pode negar uma forte concentração de renda. No enriquecimento em ondas da sociedade chinesa, que prevê um piso de vida medianamente abastada para todos os seus habitantes em 2020, alguns estão surfando mais rápido e se esquecendo dos que vêm atrás. O que nos leva a pelo menos três perguntas: a) num país de crescimento tão rápido, seja socialista ou capitalista, é possível evitar o surgimento desse e de outros tipos de desigualdade? b) para evitar essas desigualdades, seria melhor para os países socialistas adotar o caminho do igualitarismo por baixo? c) constatadas as desigualdades, o socialismo de mercado chinês será capaz de reduzi-las, e evitar as polarizações sociais e a desestabilização política?
Wladimir Pomar é analista político e escritor.
Leia na íntegra em http://www.correiocidadania.com.br/content/view/1689/46/

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