O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade.
Joaquim Nabuco, 1849-1910

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A política pequena da oposição BBB

Deu no Correio do Brasil:
Por Gilson Caroni Filho
Carta Maior - do Rio de Janeiro
Incapaz de implementar um projeto de país, a oposição ao governo Lula não se faz de rogada. Descarta qualquer possibilidade institucional de diálogo partidário e abraça, com apoio da grande imprensa, a política miúda. Despe-se de qualquer veleidade republicana, troca o debate público pelos cochichos nos corredores do Congresso e faz da chantagem e dos conchavos golpistas os elementos centrais de ação política.
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O que move a CPI dos Cartões é a necessidade de impor uma agenda que tire o foco do aspecto central do momento político: a possibilidade, cada vez mais concreta, de o país, quebrando estruturas antiquadas, entrar completamente na modernidade, aprofundando as transformações sociais que se impõem. O que preocupa, e muito, é uma estratégia governamental que desenvolve cidadania ativa, produz alocação eqüitativa de recursos e promove o controle social do Estado.
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O parágrafo acima enquadra com precisão o comportamento recorrente da direita nativa. Heráclito Fortes, Agripino Maia e Álvaro Dias, entre outros, encenam a opereta do atraso sem qualquer interpretação original. Não são motivados por princípios éticos ou desejo sincero de investigar irregularidades no uso dos cartões. Querem apenas encurralar o governo com uma agenda derrotada. Não praticam a Política Cidadã que visa à ampliação da esfera pública, pelo contrário, se empenham em mantê-la no regaço estreito de uma "democracia de classe média".
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Quem melhor explicita os objetivos de pequena estatura política é o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia( demo do PFL carioca). Em seu boletim eletrônico de 11 de fevereiro, não tergiversa. Mostra qual é a visão de mundo dos que se opõem ao governo: "Os cartões dão um sabor especial em questões de intimidade e privacidade, que sempre tem audiência à vontade. Uma espécie de BBB de pequenas despesas. Mesas de sinuca, churrascarias, bonecos de pelúcia, free-shops, vaidades femininas... já fazem a festa do noticiário. Mas agora ao vivo e a cores. E com mais detalhes, inebriantes."

Textualmente, esse é objetivo da CPI: antecipar o início do reality show global. Conhecem o "anjo" e sabem que serão imunizados. E fazem qualquer coisa para reconquistar a "liderança". O prêmio? Um país sem problemas no balanço de pagamentos e produção industrial crescente. Algo a ser destruído o mais rápido possível.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.
Leia na íntegra em http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=134098

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